quarta-feira, 30 de junho de 2010

Museu relembra a história do Bixiga

Local está prestes a completar 30 anos de existência contando a história do bairro através de um rico acervo

O Bixiga é conhecido por oferecer o melhor da tradição italiana e ganhou importância histórica e turística na capital paulista. Ele oferece desde inúmeras cantinas, até a sede da escola de samba, Vai-Vai. Para dividir sua história com frequentadores e moradores foi aberto um espaço com suas principais memórias. Trata-se do Museu Memória do Bixiga.

Fundado em 1981 por Armando Puglisi o "Armandinho do Bixiga", e Paulo Santiago, o local é considerado o primeiro museu de bairro da cidade. Sua sede fica em uma casa de sete cômodos, tombada pelo patrimônio histórico, na Rua dos Ingleses, 118. Lá é possível admirar um acervo com 8 mil fotografias e 1,5 mil itens.

Os visitantes podem ver documentos que registram boa parte da história da imigração italiana no Bixiga. Além de uma grande variedade de utilitários, rádios antigos, brinquedos, carrinhos de rolimã, uma geladeira quase centenária e um televisor, que pertenceram aos primeiros moradores.

O acervo traz objetos inusitados que contam a história do tradicional bairro. Estão expostos espingarda e capacete de um soldado revolucionário de 1932, uma cadeira de dentista dos anos 20 e itens pessoais do compositor Adoniran Barbosa, que esse ano completaria cem anos.

De acordo com a diretora do local, Valkiria Iacocco, ele permaneceu cinco anos fechado por problemas administrativos. “Após o falecimento de Armandinho, seu idealizador, o museu passou a enfrentar sérias dificuldades, até fechar as portas em 2008. O processo de deterioração do imóvel e do acervo vinha se agravando”, diz ela.

Para ajudar na recuperação do patrimônio cultural, moradores do bairro sugeriram uma nova diretoria que assumiu em dezembro de 2009. “A direção atual está empenhada em captar recursos para viabilizar a revitalização do espaço e estabeleceu as metas principais a serem alcançadas”, informa Valkiria.

Os principais objetivos são restaurar a casa, adquirir equipamentos de informática, digitalizar o acervo, elaborar cursos de museologia, restauração, literatura e vídeo. Também será implantada uma cantina-escola que dará cursos de gourmet e instalada uma loja de souvenires.

Ano que vem o museu completará 30 anos e também será comemorado o “Ano da Itália no Brasil”, por isso é questão de honra a recuperação do único local dedicado à preservação da memória da imigração italiana em São Paulo. Para o lançamento da campanha “Museu do Bixiga 30 Anos” serão desenvolvidas várias atividades.

“Já realizamos alguns eventos como café da manhã e jantares para apresentar nossos planos de revitalização da instituição. E dia 17 de maio inauguraremos uma exposição no Espaço Cultural Conjunto Nacional”, conta a diretora. O horário de funcionamento do Museu Memória do Bixiga é de terça a sexta, das 14 às 18 horas.

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